Este último mês foi aquele em que te vi mudar mais. Tantas coisas novas nos 16 meses! De repente, já tens 4 dentes a caminho (e que grandes são os de cima!) e já andas. E se andas. Ainda ontem tive de correr a casa toda para tentar perceber onde te tinhas escondido. Ou fui dar com uma vela enorme na tua mochila, já na escola, que foste buscar a um dos quartos e escondeste ali. De repente, a minha bebé pequenina já não pára no sítio. E também já não é assim tão pequenina. Começaste a andar no meu Alentejo e eu estava lá para ver. Chorei por isso – tenho tanto medo de perder bocadinhos importantes da tua vida, mas este não perdi – eu estava lá. Tínhamos chegado da festa de ano de um amiguinho e estávamos na brincadeira, vai à mãe, vai ao pai, vai aos avós. E de repente lá estavas tu, ainda muito abanica, de braços esticados para manter o equilíbrio, a fazer aquele pequeno trajeto sem estares agarrada a lado nenhum. E tem sido tão bom ver a tua evolução – primeiro só te largavas de pessoas para pessoas, depois de pessoas para coisas (mas olhavas para tudo muito bem, porque podias ter de fazer uma paragem a meio do caminho), de onde descias de gatas ou chamavas para te irmos buscar, depois de coisas para coisas e agora de tudo para tudo, ou do nada, se te largarmos, para nada, porque andas por ali a passear. E ficas parada muito tempo a estudar o próximo destino. Continuas mimosa, a ir a todos os colos, a dar beijos a toda a gente, ou a mandá-los enquanto dizes adeus a todos os carros que passam. Mas também já te vimos levantar a mão a uma ou duas pessoas quando estás muito cansada ou com sono. Já sabes imitar o cão, o gato, a vaca, o pato, o burro, a ovelha, o porco, a abelha e é tão bom ver-te a fazê-lo. Quando te perguntamos como faz o cavalo começas aos pulos – a culpa é nossa (mais da avó), que pega no teu cavalo de pau e anda contigo pela casa enquanto faz “upa, cavalinho”. Abanas as mãozinhas para mostrar como faz a borboleta, e mandas um quase beijinho para imitar os peixes. Para além de os saberes imitar, adoras ver animais e mexer-lhes, sem medo nenhum. E és uma sortuda porque no Alentejo do papá tens muitos e diferentes, que te deixam tão feliz. Já dizes “mamã” (fico de coração apertadinho sempre que ouço), o papá é “tatá”, “ága” (água), a maminha é “nana” (é delicioso ver-te pedir: puxas-me a camisola, apontas e dizes “nana”. Pergunto-te se queres maminha e tu abanas a cabeça para dizer que sim). Depois vais dizendo outras coisas, mas só quando te apetece: o “ca” serve para tantas coisas, ‘cavalo’, ‘caiu’, ‘cão’; o pé é “da”, o pão é “ta”. O "já-tá" dá para quando o elevador pára, para quando estacionamos ou paramos o carro num semáforo (tiras a chupeta para o dizeres a toda a velocidade com um grande sorriso e voltas a metê-la na boca), para quando a comida acaba ou quando queres que acabe! Sabes dizer onde estão os olhos, o nariz, a boca, as orelhas, os dentes, o cabelo, as maminhas e a barriga. Sabes mostrar a língua e piscar os olhos (esta até foi uma das tuas primeiras gracinhas). Ainda não percebes que é teu o rosto que aparece no espelho, mas adoras ficar em frente a um a dizer olá, a fazer adeus e a mandar beijinhos - a menina que aparece é muito simpática, porque te responde sempre. De repente, passaste a comer muito bem. A sopa vai toda, o inteirinho na escola também, em casa gostas de provar de tudo: no outro dia, antes do jantar, comeste fiambre, um maracujá, salmão, depois comeste a tua sopa e no final ainda provaste a nossa comida. Adoras comer pão de cereais comigo, de manhã e à tarde. Se tiver fiambre, é muito bom, se tiver manteiga de amendoim, fazes questão de a lamber toda e deixar o pão para mim. Mas o que é certo num dia no outro já não é: tanto adoras laranja ou morangos como detestas no dia a seguir. Provas tudo, já é um grande passo para quem mandava tudo fora. Depois de umas idas ao Alentejo e de um período em que andaste mais doente, começaste a dormir na nossa cama. O pai vai reclamando, eu confesso que adoro ter-te ali à mão de semear para um miminho e não ter de me levantar para te dar mama. Eu e o pai também dormimos na cama dos avós até tarde, e não temos problemas de independência ou desenvolvimento (ah, ah, ah, digo eu!), e não conheço ninguém que já anda na universidade e ainda durma na cama dos pais - temos tempo. Continuas a mamar (sim!) de manhã, à tarde e à noite. E vai ser assim até querermos as duas, sem fanatismos nem exageros. Já não gostas de trocar a fralda – levamos uma eternidade para conseguir meter-te uma lavada, porque passas o tempo a rodar para um lado e para o outro. Agora tenho feito por te dar banho logo quando chegas da escola, para depois estarmos mais livres à noite com o papá, e é tão bom ver-te brincar com os patinhos e os peixinhos sem horas contadas. Adoras cantar – e já damos por nós a reconhecer músicas que vais ‘cantando’; e dançar – basta ouvires uma música para começares a mexer-te. Continuas a adorar os teus livrinhos e é tão bom ver-te a lê-los – vais mexendo o dedinho por cima das letras e fazes a tua conversinha enquanto vais mudando a entoação – tenho de me rir sempre. Gostas de comandos (já sabes tirar a pecinha de trás para tirar as pilhas), telefones, computadores, fotografias, baldes e esfregonas. Mais importante que tudo isto, gostas de nós e fazes questão de o mostrar com um monte de mimos (ainda ontem me fizeste “ácá mamã” e depois deste-me um beijinho) e de o dizer. Eu e o pai ficamos deliciados quando, em qualquer lado, apontas para nós enquanto olhas para as pessoas e vais explicando, com orgulho, que ali estão a “mamã” e o “tatá”. O orgulho é nosso, pequena Aurora. E também fazemos questão de o gritar ao mundo: esta é a nossa filha.
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