Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010
No outro dia a M. dizia-me que sou, provavelmente, a única pessoa que ela conhece que gosta de chuva. E gosto mesmo. Ontem deambulei por Lisboa, à chuva, de chapéu fechado na mão, sob o olhar reprovador de quem passava e via os pingos grossos a cair no meu casaco. Fui a pé do centro comercial até à faculdade. De iPod nos ouvidos, e chuva na cara, enquanto olhava para dentro. Liguei aquele modo que me leva ao destino sem que eu perceba como lá cheguei. Andei até estar molhada de mais, se é que isso existe. A verdade é que não conheço nada melhor que a chuva para uma série de coisas. O barulho que reconforta, embala, acompanha. O toque que desperta e lava a alma.
Lá fora: "You ain't seen the best of me yet (...)"
Estou:
Sentir a chuva na cara, andar à chuva e molhar-me para lá de molhado é coisa que adoro, mas que me faz sentir incompreendido quando me relembram do guarda-chuva, objecto pelo qual não tenho a menor estima ou respeito e ao qual julgo se aplicar melhor o termo Pinguço, como fazem as gentes do Norte, que quase rima com gato-pingado.
Chuva na cidade e chuva no campo, com os sons e cheiros que se recordam, correr à chuva, ficar parado só a olhar para cima e sentir as gotas na cara... tenho saudades dela...
Nos meus tempos de faculdade várias vezes fui chamado de maluco por ir de calções e t-shirt o ano inteiro, chegando muitas vezes todo molhado. Nem sabiam o que perdiam.
De
L. a 23 de Fevereiro de 2010 às 15:56
Como eu compreendo... :)
Comentar