Terça-feira, 7 de Dezembro de 2010

.Olé!

Por esta altura, devia estar em Londres. A usar as minhas meias novas quentinhas. A estrear as minhas novas galochas. A gastar libras. A tentar sobreviver ao frio e à neve. A viver o primeiro fim-de-semana das amigas internacional. Mas os senhores espanhóis não deixaram. Já desfiz a mala. Já usei as meias quentinhas. Já estreei as galochas. As libras ainda me ocupam a carteira. De Londres nem sinal. Por esta altura, estou no trabalho.

Quarta-feira, 6 de Outubro de 2010

.Sítios (o fim-de-semana das amigas para mim)

Quando começaram a chegar os habituais emails de preparação do fim-de-semana das amigas, todos traziam uma mesma ideia. Desta vez ia ser no meu sítio novo, na ‘minha’ casinha nova. E eu tive medo, mas não o pude partilhar com elas. A A., que para além de ser amiga partilha a secretária do trabalho comigo, tem sido visita de muitos dias, e até baptizou o Marcos, mas faz-me sempre sentir um bocadinho mal de cada vez que lá vai. “Mas trouxeste isto? E isto também? Mas isto não te recorda não sei o quê?” Recebi as amigas lá em casa com estas coisas na cabeça. E com outras que me têm feito mossa na caixa dos afectos.

Depois das apresentações oficiais, dos petit-gateau, das uvas, e das mangas, começaram a ficar impacientes. Vamos? Não está na hora? Onde vamos? Fomos para Sintra, descobrir aqueles sítios especiais que nos esperam sempre em cada fim-de-semana das amigas - a casa de chá da Raposa. E queria dizer-vos que o meu ar pesado enquanto bebia o “Festa” em golos pequeninos com as duas mãos não era só sono. Estava mole, estava triste, que os últimos dias não tinham sido bons. E à noite, quando adormeci no sofá enquanto vos via a pintar as unhas e ouvia as vossas histórias, não foi só cansaço. Foi segurança, foi protecção. Tive a certeza que os pesadelos e os medos não me iam apanhar de surpresa mais uma noite. Porque vocês estavam ali. Quando acordei, só de manhã, e a minha única companhia era o vento que entrava pela lareira e empurrava a chuva contra a janela, levantei-me e fui devagarinho até ao quarto para vos ver. Achei que ficavam bem ali, na minha casa, entre as coisas do meu passado, do meu presente e meu do futuro. Depois foi só voltar para o sofá, esperar que fossem acordando, que a A. e a K. começassem a discutir por qualquer coisa, que a N. retocasse a pintura das unhas, e que nos sentássemos à mesa a devorar cappuccinos, croissants de massa doce e muitas torradas atulhadas com os doces que a avó A. me vai dando de cada vez que me apanha por lá. E perceber, uma vez mais, que o sítio mais importante dos fins-de-semana das amigas não está dentro das paredes que nos acolhem, é aquele que compomos quando estamos juntas.

Estou:
Segunda-feira, 4 de Outubro de 2010

.O fim-de-semana das amigas para a A.

"Este talvez tenha sido uns dos fim-de-semana das amigas mais "frouxos". Talvez a chuva inesperada e o vento a soprar pela lareira da L. tenham tornado estes dois dias mais cinzentos. O local foi unânime, todas queríamos conhecer a nova Lua e aproveitaríamos para conhecer os cantos à casa e à nova vida. A data no calendário foi quase um achado. E mais uma vez a N. veio do Porto para estar connosco (e nós com ela e com os croissants de massa doce). O fim-de-semana teve pouca cor. As gargalhadas ficaram à porta e as histórias mirabolantes à espreita na janela. Os planos para Londres foram levados pela falta de paciência e os planos para a tarde de sábado cobertos pelo burburinho das ruas da vila de Sintra. Não comemos uma queijada nem fomos ao "Saudade". Sentadas a beber chá "Festa" na Raposa, o momento foi de calmaria. A L. tinha sono e eu pouca fome. Foi fácil desanimar quando chegámos a casa sem planos para a noite. Jantar no Bianconero. Consegui fazer o senhor do restaurante voltar cinco vezes à mesa tal não era o grau de imbirrância. Não gosto de Nestea, os Canelones estão frios e não quis sobremesa. A K. estava triste porque não ia ao aniversário do costume. Talvez, no meio disto tudo, a N. fosse a única sobrevivente. Terminámos o sábado, como de costume, com a N. agarrada à manicure. A L. adormeceu sobre o cansaço. E eu deixei-me cair na almofada, pronto para sofrer um ataque de hipotermia à pala dos calores da K.

Domingo chuvoso com roupas de verão penduradas no armário. Talvez tomar o pequeno almoço juntas seja sempre o momento alto destes encontros. Conseguimos guardar todas as coisas boas para partilhar entre um cappucino e uma torrada. Chegamos sempre à conclusão de que "fomos feitas umas para as outras". A L. há-de beber sempre com as duas mãos na caneca, a N. há-de ficar sempre cheia antes da última migalha, a K. há-de sempre fazer misturas de sabores e eu hei-de sempre ser a última a acabar, por comer demais.
O fim-de-semana terminou no meio da multidão de "domingo à tarde". Passeámos as nossas carteiras vazias e as mentes cheias de vontade de comprar tudo pelo Oeiras Parque até chegar a hora de ir embora.
Talvez o próximo fim-de-semana das amigas só aconteça em Dezembro, na cidade de Sua Majestade. Deixa-me triste pensar que ainda falta muito. Que apesar de frouxo, como o tempo, elas serão sempre o meu arco-iris.
Post da Estrelinha, em 04-10-2010"
 
Domingo, 13 de Junho de 2010

.Temos de seguir a força. É na boa, é na boa

 

 

  

 

 

     

E seguimos. E a força levou-nos às compras e a ver "Sexo e a cidade 2". Deixou-nos ficar nas cadeiras a chorar e a rir enquanto toda a gente saía. Depois deixou-nos parar lá em baixo, abraçarmo-nos as 4 com força, enquanto a C. dava por uma nova borbulha. Levou-nos a uma partida de matraquilhos e equilibrou-se, num 5 a 5. Agarrou em nós e meteu-nos num táxi, com o senhor taxista a quem a sogra que está sempre bêbeda "vê como ao Diabo", e levou-nos a jantar ao Bairro Alto. Conduziu-nos pelas ruas de encontro à Sé e fez-nos parar para deixar uma moeda e cantar com o Tony Banza um fado a Lisboa, que me deixou a chorar. Chegámos à Sé a tempo de cantar “Summer Nights”, quando percebemos que a força nos empurrava para a Bica, sempre com o menino da blusa das riscas igual à do Z. à nossa frente. E da Bica saímos, as quatro de mão dada como durante toda a noite, a pé até casa da C.. E a força tomou conta de nós e fez-nos cantar as músicas proibidas da tuna (Assentou praça no quartel, o sacana do rapaz, do sargento ao furriel, do tenente ao coronel, todos lhe foram por trás) pelas ruas de Lisboa. Quando nos sentimos já sem forças, rumámos a casa da A. para dormir juntas na cama gigante, de 1m2 para cada uma. Foi aí que percebemos que não estávamos sem força. E rimos, rimos sem parar enquanto brincávamos e explorávamos todas as possibilidades da frase do avô da A. quando ela lhe contou que íamos dormir todas juntas, "ai filha, nunca percas a dignidade". "Olha, até somos o melhorzito que por aqui passou", rematámos com uma gargalhada enquanto nos obrigávamos a dormir. Hoje a força puxou-nos para um pequeno-almoço regado a capuccino e barrado com manteiga e doce de frutos silvestres, e para um banho de sol na esplanada da praia. Fez-me vestir um biquíni tigresa da A., a mim, que o mais ousado que tenho é com flores. Deixou-nos beber morangoskas servidas pelo Robinson-com-força-para-carregar-mesas-sozinho e não nos deixou perceber porque todos os carros que nos rodeavam tinham matricula ZR ou EL.

Percebemos, hoje, que a força só nos levou aonde queríamos. Podemos ter pensado que estávamos a ser conduzidas, mas fomos nós que nos conduzimos. E parámos quando achámos que aquele não era o caminho, o sítio certo. Quando tivemos força para isso. Porque a força está dentro de nós. Somos nós. As 4. É na boa, é na boa. [e há quem diga que “é o melhor da vida" – ao nível do C.S.I.]

 

E a força não me ajudou ontem. Estava a sair do banho com o champô e o amaciador na mão para a mala do fim-de-semana das amigas e devo ter calculado mal a distância, porque o meu pé dobrou-se todo e acabei de joelhos no chão, queixo no banco e coisas espalhadas. Tive tantas, tantas dores (o meu pé dobrou completamente) e não conseguia chorar. E dei por mim a falar sozinha, "ai L. Sofia, L. Sofia, é no que dá gastares lágrimas por tudo e por nada, quando precisas mesmo delas não as tens, esgotaste-as!".

Mas ajudou-me na sexta: tirei o dia de férias, entrei no comboio, e segui até Aveiro para passar o dia com o meu Az.. Bebi o melhor capuccino de sempre (com chocolate!) com vista para o mar da Barra, mas o melhor não foi isso. Foi perceber, uma vez mais, que o meu Az. é uma das fontes da minha força.

 

 

 

Lá fora:

“Não tenho legitimidade para isso”

“– Caramba, estes iogurtes têm validade até 2 Julho. – Então, não chega? – Não é isso. Vejo como a minha vida passa pela validade dos iogurtes. – Devias escrever um post sobre isso.”

“És a má da fita.”

“Não devias pôr um deadline.”

“- E achas que gosta ou que não gosta? Não percebo. Talvez eu não tenho legitimidade para isso.”

“Houve mais alguém que se preocupasse em aquecer-te o rabinho? Num SLK? Vai!”

Segunda-feira, 26 de Abril de 2010

.P'rá onde? P'rá Ericeira!

  

 [L., A., N., C.]  

 [A., L.]

 

 [L.]  

 [A., N., L., C.]

 

Melhor que um jantar das amigas? Só um fim-de-semana das amigas. Inteirinho.

 

C., enquanto comia croissants de massa doce que a N. trouxe do Porto: “Estou a ter um orgasmo. Agora estou assim. Tenho orgasmos com a comida”.

 

C., depois de um grande prego com batatas fritas: “Não sei se beba ou não café, faz-me mal à úlcera”.

 

N., enquanto me tentava expulsar, e à A., do sofá: “Já tomaram a pílula? Olha a pílula. Vai tomar a pílula!”.

 

N., enquanto falava da procura de casa com o M.: “Tem boas áreas e um parque infantil bom para os miúdos” [som da A. a engasgar-se].

 

A., nunca recriação da música dos Afonsinhos do Condado: “P’rá onde? P’rá Ericeira! Que horas são?”.

 

A, a dormir e a ver o telemóvel: “F******, o P. mandou uma mensagem? Vou ignorar”. De manhã: “O P. mandou uma mensagem ou eu estava a sonhar?”

 

A., para os senhores da GNR, de Ray-Ban, que faziam a patrulha a pé na Ericeira no sábado à tarde: “Pode tirar-nos uma foto às quatro a saltar ou é contra a lei?”. [muito obrigada aos senhores, que a foto ficou muito boa, e só tiveram que respeitar o 1,2,3 da C.]

 

L., depois de termos estado as quatro, ao mesmo tempo, a experimentar os mesmos vestidos num espaço minúsculo com a C. a tirar-nos fotos, “Se eu levar estes dois, quanto é que me faz de desconto?”.

 

L., todo o fim-de-semana: “Preciso de ir a uma farmácia”.

 

Perfeito [compras, muita comida, muitas gargalhadas, muito sol, praia e banho de água fria para trazer a realidade de volta].

 

(O fim-de-semana das amigas para a A. [Estrelinha]: O fim-de-semana das amigas foi perfeito. Já o sabíamos de antemão, é certo. Mas é sempre inesperado encontrar-nos cada vez mais crescidas e atentas. Rimos até não poder mais, desta vez nem brigámos. Cantámos no carro a caminho da praia, fomos (melhor, dizendo elas foram) às compras, enchemo-nos de pão, doces e guloseimas, vimos um filme bem lamechas, tomámos o pequeno almoço de cabeça ao sol, contámos os segredos do costume e assentámos as promessas já comuns. Terminámos o domingo, a almoçar na Cappriciosa, entre uma sangria de espumante e conversas em tom somos-adultas. Desta vez não corremos para a N. apanhar o Expresso para o Porto.

 

Fiquei a pensar que os sinais de maturidade começam a ser evidentes. A N. compra o bilhete de antemão. Vamos ao supermercado de carteira na mão. Adormecemos às 22h00. Já conseguimos tomar banho de água fria. Compramos roupas vintage e escutamos a M80. Falamos de casas e planos para o futuro. Preocupamo-nos com as poupanças e com as férias do verão. E até tratamos o empregado de mesa por você. Eu já não gosto daquelas tostas mistas, do prego nem da massa italiana. Não tenho birthday list, nem planos para o próximo dia 1. Maturidade ao quanto me obrigas.

 

O fim-de-semana das amigas foi perfeito. Porque tal como disse a L. “nem os cabelos temos parecidos”!)

Lá fora: “Leva-me contigo! P'ra dançar na praia.”
L. às 12:17
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Terça-feira, 2 de Março de 2010

.Os anos da Nês*

Calça de ganga + botinha: Estrelinha; Sapatos de bailarina brilhantes: BettyBoop; Melissas de veludo: L.; Sapatinhos cinzentos: Branca de Neve/aniversariante.

 

*Uma primeira vez boa (e doce).

Lá fora: Parabéns a você...
Sábado, 20 de Fevereiro de 2010

.Amizade. Partilha. Cumplicidade.

Encontro de Janeiro, restaurante "Fenícios"

 

Queria escrever qualquer coisa bonita. Passar para esta página em branco tudo o que a noite de ontem significou. Queria pegar nas minhas palavras mais perfeitas e contornar-vos com elas. Mas às vezes as palavras não são suficientes e nem sempre me saem dos dedos.
 
Ontem a palavra de ordem foi recordar. O passado. As conversas. Os caminhos. Os erros. As escolhas. Os momentos.
 
A Nês vem a Lisboa, vamos jantar? O Lucca está fechado, vamos experimentar o La Finestra? Festa na faculdade ou só um barzito? A estas perguntas respondemos em longas conversações no gmail. Eu sou sempre a Maria-vai-com-as-outras: concordo com tudo, digo, mesmo quando à conversa vêm muitas sugestões.
 
Dei voltas pelo Alegro enquanto esperava que a Nês terminasse as coisas da vida de crescida. Depois apanhei-a e recordámos os caminhos que fazíamos para o emprego que partilhámos, o supermercado onde fazíamos as compras à hora de almoço, o croissant de ovo igual ao da faculdade, as risotas que saíam enquanto eu tratava de reclamar com todos os outros condutores.
 
Estacionámos em frente ao chinês da faculdade, ao lado do Pato Real que ganhou destaque no nosso hino, em frente aos muros que um dia abrigaram gritos de revolta e que agora são só brancos. Trocámos segredos de maquilhagem enquanto obrigávamos as borbulhas e as olheiras a esconderem-se. E depois foi só esperar pelo resto da malta, embaladas pelo chá preto com limão e canela e a pasta de azeitona.
 
Pronto, vou contar-vos. Esta é a frase que mais se ouve à nossa mesa. Choramos, rimos, fazemos caras de espanto e olhares que só nós percebemos. Se uma faz asneira, há sempre quem repreenda e quem mostre o lado bom da coisa. Se outra acha uma coisa realmente boa, há sempre alguém para empurrar até à realidade. Ali, onde nos atropelamos para contar os dias em que o tempo nos leva para longe, não é só o jantar das amigas que acontece. Chamar-lhes-ia pequenos milagres. Pequenas catarses. 
 
Deixámos a mesa do restaurante e partilhámos uma daquelas em que os nossos joelhos se tocam. E deixámos o tempo de lado, sem lhe dar contas, e partilhámos as coisas que só ali fazem sentido.
 
Gosto de nos ver a andar na rua. Porque quando vamos ali as quatro, lado a lado, tão diferentes da cabeça aos pés, consigo imaginar-me do outro lado a ver-nos a andar em passo seguro, de sorriso nos lábios e música de fundo. E esta é uma imagem que não tem palavras à altura.
 
Pensamos em frio e em sofás de três mil euros quando isso não é o mais importante. Damos por nós em mesas cheias de folhas porque o nosso instinto se deixa enganar no caminho. Paramos em sítios escuros no caminho para casa. Percebemos que já não temos a mesma pujança de ontem. Que não estamos dispostas a algumas experiências. Que nos acomodamos vezes de mais. Que arriscamos de mais também. Mas, percebemos também, somos as mesmas quatro de sempre. As das escadas da FCSH daquele primeiro dia. A da flor no cabelo. A da madeixa branca na testa. A menina da pele transparente. E a dos óculos diferentes. Que não importa se à mesa temos calzone ou humus, do que vimos cheias nestes dias é de amizade.
 
Queria utilizar palavras bonitas para dizer-vos tantas coisas. Dizer que foi bom beber aquela coisa com cafeína pela primeira vez convosco. Que cantei muito com o ABel até casa pelo escuro da noite. Que não me enganei e dei o toque para o telemóvel certo ao chegar. Que é bom partilhar esta coisa estranha de nos conhecermos tão bem umas às outras que nos chegamos a adivinhar. E que até temos medo de olhar olhos nos olhos em certos dias com medo que nos descubram. E pedir desculpa pelas coisas que às vezes ainda ficam por dizer. Mas as palavras bonitas às vezes não passam disso mesmo. De palavras bonitas. Muitas vezes ocas. Restam-me as sinceras. Não vale a pena inventar outras quando algumas que existem são tão perfeitas e tão cheias. Quando as já inventadas nos cobrem, às quatro, tão bem como uma segunda pele ou o nosso melhor vestido dos saldos. Amizade. Partilha. Cumplicidade. 
Estou:
Lá fora: “Qtas x vais ser tu capaz/Fazer sair quem por engano entrou"
Sexta-feira, 20 de Junho de 2008

.Jantar das amigas 1 - 0 Futebol

 

 

Não sei se foi da confusão do trânsito com a A. ou de conduzir o carro da C., de apanhar a I. na beirinha da estrada ou da emoção do jantar, dos crepes recheados ou de as ter lá em casa, do strudel de maçã e morango do ACSantos ou do ben-u-ron, do "intruso" que se juntou a nós na hora da sobremesa ou de não ter de sofrer mais pela selecção, hoje não custou nada levantar-me da cama.

 

 

Alguém já disse tudo:

http://babaerasmus.blogspot.com/2008/06/mexam-me-estes-cus-que-ns-temos-jantar.html

 

 

Lá fora: "Golo da Alemanha..."
L. às 14:25
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Quinta-feira, 8 de Novembro de 2007

.Para sempre

 

Programa de quinta feira passada: jantar no Campo Pequeno + concerto exclusivo David Fonseca com a Ana e a Carolina. Entre massas, a novidade caiu como uma pequena bomba. Alguém diz: "já percebeste que nunca mais vais estar sozinha?". Alguém quer? E lá fomos. Percorrer as ruas de Lisboa. Pedir indicações ao menino do restaurante com um sorriso tão sincero. Fazer inversão de marcha mesmo ali. Procurar a fábrica das massas. Encontrar o convento do Beato. Sentarmo-nos no chão. Assobiar a única música que conhecemos. E, logo depois, fugir dali. Sozinha. Nunca mais. Agrada-me.

 

Imagem: elotopia.net

Lá fora: "Cause they don’t know how it feels..."
Estou:
Sexta-feira, 21 de Setembro de 2007

.Um tesouro

 

Acho que já repeti a história vezes sem conta. Encontrei um tesouro. No primeiro dia de faculdade. Três meninas, longe de casa, como eu. Quatro anos depois do primeiro encontro, uma promessa: a amizade não podia acabar. E tudo o que ela traz. O acordo era simples, todos os meses um jantar num restaurante de uma nacionalidade diferente. Chinesa, Italiana, Caboverdiana, Nepalesa, Japonesa, Russa, Mexicana, Tailandesa, Americana, Egípcia, ... . Fomos provando todas elas, misturando cada garfada com sorrisos, segredos, gargalhadas, histórias. O tempero é sempre o mesmo, a amizade. Ontem levámos os nossos ingredientes preferidos ao "Found You". O ponto de encontro já não foi na minha Travessa. O Queijinho já não nos levou. Mas que importa? Nós estávamos lá. Entrámos no táxi na Av. de Roma e nem esperámos, começámos a tirar tudo o que tínhamos guardado bem no fundo de nós há já um mês. Coisas boas, cursos novos, línguas diferentes, danças contagiantes, propostas irrecusáveis, coisas menos boas, as mensagens não correspondidas, o amor que passa ao lado. Como poderia o táxista não entrar na nossa conversa? Aconselhava a Carolina quanto à canalização da nova casa. E não houve quem lhe tirasse a teoria defendida durante toda a viagem. Que são todos uns aldrabões, não se pode confiar em ninguém, tudo se estraga rapidamente. Saímos. Pela Rosa seguimos até à Travessa dos Inglesinhos. De cada porta saía um aroma diferente, de cada pessoa uma alma e um estilo em nada iguais mas que pareciam encaixar-se tão bem naquela ruazita do Bairro Alto. No "Found You" o cheirinho a queijo acarinhava-nos todos os sentidos. O colorido das tias de Cascais contrastava com o papel de parede bege e dourado que tanto apaixonou a Ana e a Carolina. A ementa trouxe-nos à realidade e, depois de feitas as contas, lá pedimos um fondue da vazia, uma raclette de carnes frias e uma água. Nada de entradas, nada de sobremesas, nada de bebidas diferentes. Vidinha de jornalista, como acabámos todas por concordar. As entradas começaram a chegar, com a Carol e a Nês a falar, e eu e a Ana a ouvirmos, atentas, a explicação da empregada. Não conseguimos dizer que não queríamos. Vários minutos de sofrimento depois, lá expulsámos as coisitas da mesa. Lá fora, a chuva e os trovões davam música e côr às nossas conversas. À saída, a foto da praxe com o menino a quem a Carolina pediu que cozinhasse com amor. Não precisava, o sorriso dele serviu para nos apaixonar a todas. No regresso a casa, uma partida... Segredo, segredo. Mas que nos deixou a todas com um sorriso enorme. No próximo mês, brasileiro na costa ou francesinhas no Porto. Já percebemos que o sítio não interessa. Que o que temos e somos quando estamos juntas é bem mais importante do que tudo o resto. E que somos tão felizes quando a ementa nos mostra um prato de 70 euros como quando vamos ao McDonald's. Afinal, encontrámos o melhor tesouro do mundo.

 

[foto: elotopia.net]

Estou:
Lá fora: o relato de futebol que saía do rádio do taxi...

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